Prólogo
Já deveria esta amanhecendo, mas qual era a importância
disso? Haviam entregado a sua localização ao governo, provavelmente algum
espião escondido entre eles.
O tempo não
estava do seu lado, naquele local do apartamento, se tivesse sorte, demoraria
pelo menos uns dez minutos a mais para encontrar o fundo falso.
Infelizmente
não havia nenhuma janela para ele enxergar oque acontecia do lado de fora do
prédio, receoso ele instalou câmeras de vigilância por todo prédio ligando elas
aos seis monitores que ganhou do seu mestre. A sala onde estava era muito
pequena, não tinha mais que quatro metros quadrados. Ele havia preenchido as
laterais dela com os computadores de ultima geração e no meio sentado numa
cadeira almofadada estava ele.
Seu nome, como
ensinava seu mestre, já não era mais necessário. Afinal, ele tinha sido avisado
dos riscos que aquela missão traria e sua ultima ordem havia sido enviada na
noite anterior. Oque significava que ele era um homem morto.
“Não vou
deixar seu sacrifício ser em vão”, seu mestre havia dito.
Ele havia
adotado aquela causa justamente para isso. Sacrifício. Era essa sua ideia
inicial quando resolveu entrar naquele grupo da internet.
Nervoso,
começou a digitar no teclado códigos e mais códigos, comandos, abrindo e
fechando abas de programas usados por hackers que desabilitavam algoritmos e
firewalls. Tecnologia de ultima geração que ele mesmo havia criado.
Em menos de
meia hora já havia entrado no servidor de armas bélicas guiadas por satélites
da UPA, porém aquela só era cinquenta por cento de sua missão. Com muita
velocidade adquirida em anos de experiência com o computador ele verificou
centenas de arquivos ate encontrar uma pasta especial.
“Projeto Neo
Ark”.
Aquele arquivo
era uma lenda urbana entre os hackers do mundo inteiro. E lá estava ele,
acabara de encontrar uma lenda urbana.
-
Finalmente... – Sussurrou enquanto a luz artificial iluminava seu rosto mal
cuidado.
Sem hesitar
clicou no botão do mouse e o download teve inicio.
2%
Em um dos monitores
que mostrava a fachada, vários carros pretos estacionaram rapidamente e em
seguida homens armados com submetralhadora desceram e andaram nervosamente na
direção do prédio.
Não havia mais
tempo.
29%
Para sorte
dele um de seus passatempos era o de criar armadilhas feitas para matar sem
deixar rastros. Ele sempre soube que algum dia iria ter de usar com o objetivo
de cumprir alguma missão, parece que aquele dia havia chegado.
Num outro
computador ele digitou tremendo um código de segurança, mandando todos os dados
para a conta de seu mestre sem que alguém descobrisse qual era o ID. Ao mesmo
tempo observava friamente os homens armados subindo as escadas do segundo
andar.
47%
Num
apartamento daquele andar um autofalante escondido reproduziu uma mulher sendo
estrangulada, aquilo era o bastante para distrai-los por alguns minutos.
61%
Ele precisava
ser mais rápido, era uma questão de tempo ate eles perceberem que tinha sido um
truque. Em outro monitor havia uma notificação de uma mensagem feita por um
desconhecido, ele não tinha tempo para isso, ignorou e continuou abrindo e
fechando abas ate encontrar um ativador.
Como um bom
estrategista que era ele havia plantado bombas caseiras em toda base do prédio.
Explosivos o suficiente para soterrar tudo e todos que estivessem dentro do
prédio.
73%
No outro
monitor, clicou num programa de gravação e começou a sussurrar:
- Esse é o
fruto de anos procurando por uma lenda urbana da internet... Agora finalmente o
mundo retornara a sua verdadeira forma, Yawah esta chegando e não há nada que
vocês possam fazer...
83%
Ele ouviu um
pequeno ruído vindo ao lado de seu fundo falso.
Mesmo naquela
situação o homem não conseguiu conter a risada. Faltavam alguns segundos para
que os explosivos fossem detonados.
89%
Rapidamente
ele clicou na notificação de autor desconhecido e por fim seu sorriso
desapareceu quando leu a mensagem:
“Obrigado Senhor Nestor K. R., seus serviços não são mais necessários.
Boa sorte no inferno, você vai precisar. Com amor, X.Y. S”.
99%
Sem
dizer uma única palavra o homem morreu devorado pelas chamas do prédio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário