sábado, 30 de janeiro de 2016

Capitulo 4 - Incidente em Phoenix

4
Agora
Dia desconhecido, fevereiro de 2067
Sua cabeça latejava, parecia que tinha tomado cinco caixas de cerveja e agora sofria com a vingança do seu corpo que enviara uma maldita ressaca.
Marie tentou com toda sua força abrir os olhos, mas eles não obedeciam ela sabia que estava acordada. Por poucos minutos ela suspeitou que estivesse morta, mas um estampido vindo do lado de fora que lembrava um tiro a fez repensar sua hipótese.
Esperou alguns minutos forçando os olhos a se abrirem.
Quando finalmente eles se abriram Marie se arrependeu de ter tentado tanto, a dor foi tão insuportável que a fez perder a consciência novamente.




Era pior que seu pior pesadelo, a sala estava totalmente escura ela só conseguia enxergar algo por causa de uma pequena janelinha na parede que ela suspeitava ser uma porta.
Marie iria agradecer a benção de ter uma janela com luz ate perceber que era uma maldição. Havia algo naquela sala que não estava oculta na escuridão, dezenas de corpos estavam amontoados por toda a sala como se fosse o tapete do lugar.
Onde ela estava? Que merda de lugar era aquele, por que todos aqueles corpos? Era provável que estivesse morta, quando havia acordado pela primeira vez naquela sala ela ainda estava viva, mas agora... ela tinha certeza de que aquele lugar era o inferno, nunca acreditara nesse tipo de coisa, mas a situação não era a mais favorável para se manter cética.
- Estou... – O pânico inundou sua mente -... Morta?
Como ela tinha morrido? Não importava muito, afinal sua realidade agora era uma sala cheia de corpos... No que ela tinha certeza que era o inferno.
Lagrimas começaram a escorrer pelo seu rosto enquanto ela berrava de medo.
Tentou ficar em pé, mas mal conseguiu se sustentar. A sala começou a girar e ela tinha a certeza de que ia desmaiar, ela se forçou a ficar de pé, foi assim que viu uma esfera negra estática no ar. De onde tinha vindo aquilo?
- Meu deus, meu deus, meu deus – murmurava freneticamente enquanto olhava para esfera.
Não era uma bola negra normal, era algo obscuro que conseguia absorver a própria escuridão Marie sentia arrepios apenas por olhar aquela esfera negra.
Foi então que surgiram outras duas esferas ao lado da primeira, uma de cada lado. Todas assustadoras.
- Socorro! Alguém... Por favor, me ajuda...
 Ela estava agachada no chão com os braços tampando os olhos, Marie podia sentir a mão fria de alguém tocando seu pé ela queria muito sair dali não conseguia pensar em nada que não fosse chorar e gritar.
Quando olhou novamente para a janelinha que trazia a única luz para a sala pode ver as esferas aumentando. Ela mal conseguiu se controlar, quando percebeu já estava estendendo a mão para a esfera, foi então que as esferas pararam de expandir e ficaram novamente estáticas no ar.
O medo desapareceu, ela tinha criado aquilo? Seu instinto dizia que sim, e Marie acreditava nisso.
Ela apontou a mão novamente para as esferas e de olhos fechados imaginou elas se aproximando, foi um erro, quando abriu os olhos havia apenas uma esfera estática enquanto as outras duas haviam desaparecido do mesmo jeito que apareceram. Do nada. A única esfera que restava estava quadruplicando seu tamanho e Marie não conseguia a fazer parar, quanto mais à esfera aumentava mais a garota se arrastava para longe fazendo com que corpos e mais corpos fossem engolidos pela escuridão.
O desespero retornou quando ela sentiu a parede em suas costas e a esfera na sua frente continuava a se expandir. Marie simplesmente fechou os olhos e esperou para ser engolida.
Ela sentiu uma luz encontrar seus olhos, e novamente se arrependeu de ter aberto.
O teto da sala não existia mais, o chão estava marcado pela circunferência da esfera, e os corpos que não tinham sido totalmente engolidos pela esfera estavam ali. Pernas, braços, cabeças todas de pessoas diferentes espalhadas e separadas de seus corpos. A outra parte? A esfera tinha levado para algum lugar que Marie não queria descobrir.
Ela apenas fechou os olhos e começou a chorar e berrar novamente.

Nenhum comentário: