sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Cuidado com A musica que ouve...

 Seu carro fedia a peixe, era um cheiro tão forte que precisei abrir o vidro do jipe e viajar assim por todo o percurso.
         Marcos tem 13 anos e combinou com seu tio de fazerem uma viajem juntos para sua casa de praia.
-Tio vai demorar mais quanto tempo? Perguntou impaciente.
-Não se preocupe Marcos, falta meia hora... Respondeu com um grande sorriso estampado na cara.
Estavam passando pela uma estrada de barro, e floresta do lado, mas o pior não era isso, começou a chover.
-Tioo! E se o Jipe atolar? O garoto disse olhando para os lados desesperadamente.
-Bem se isso acontecer, teremos que empurrar na chuva, disse brincando com o Marcos.
A chuva aumentou, e cada buraco que passavam era um desafio. O para-brisa com a sua velocidade máxima quebrou, então seu tio brecou com ferocidade.
-Não tio, o que fazemos agora? O garoto disse olhando para o vidro todo embaçado.
-Vamos ter que esperar essa tempestade passar. Respondeu alto.
Dez minutos se passara e a chuva continuava no mesmo ritmo, Marcos já irritado disse:
-Liga o radio, por favor?
-Tudo bem, vou ligar... Então passando de estação a estação, só se escutava um chiado como o chiado de tv quando está sem sinal.
Até que uma única estação de radio estava funcionando.
-Estranho... Esperava não encontrar sinal nesse local. Nunca teve, e porque só agora que sim? O Tio disse em tom de pensativo.
-Tio não é bom colocarmos o Jipe na encosta dessa rua de lama?
-Ninguém vem aqui Marcos, aqui é propriedade privada.
-Então, já chegamos à sua casa de praia? Perguntou curioso.
-Bem, Esse é o ultimo caminho até lá... Demora uns quinze minutos. Respondeu cansado.
Passou mais dez minutos e a chuva forte parou, agora estava apenas nublado e chuviscando.
O rádio fez um chiado diferente e mudou para uma música calma.
O tio do Marcos continuou pelo caminho de lama.
A música, era diferente de qualquer outra, era calma, não sabia se era um violino ou alguém gritando, com uma voz metálica.
   -Tio, muda de rádio, odeio opera. Disse Marcos com os ouvidos tapados.
Marcos sabia que seu tio adorava então essa pergunta foi em vão.
-Vou deixar aqui, eu gosto de músicas calmas. Disse enquanto dirigia.
Já escuro umas 7 da noite, estávamos a cinco minutos da sua casa. A música continuava escoar nos ouvidos do Marcos como se nunca iria parar de tocar.
A música estava estourando os ouvidos de Marcos, seus olhos estavam vermelhos e sua pele azulada. O sono tomava conta dos dois, marcos arregalava os olhos e esfregava com as costas da mão.
Mesmo com sono seu Tio não mudava de música. Até quando a música parou. O mais estranho é que começou a tocar a mesma música ao contrário. Marcos não acreditou, havia uma mensagem subliminar, então quando se deu conta do que a voz metálica e escura dizia, já era tarde de mais. Um caminhão apareceu na frente do Jipe e bateu com uma força estrondosa.
Marcos acordou no hospital e confuso, ficou sabendo que seu tio morreu, e que Marcos não havia morrido por pura sorte.
Quando marcos voltou para casa foi se deitar. Triste com a morte do tio dormiu.
No sonho ele conseguiu recordar sobre o que a música dizia:

Se escutar a minha voz, a ferocidade toma conta da sua vida. Você vai ficando com sono e mais sono. E então, percebe que a sua morte está perto. O Dragão faz isso, ele acaba com as pessoas.”

Marcos acordou aterrorizado com um raio lá fora. E percebeu que no mundo existem muitas coisas cruéis, mesmo em uma coisa tão linda como a música. Por isso preste atenção, não ouça uma música sem mesmo antes de saber da letra.

Cuidado com a música que ouve...

autor: Amorim F. Escreve contos e histórias de terror psicológicos nas horas vagas, mas sempre há algo para refletir.

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