quarta-feira, 31 de julho de 2013

Bloqueio Criativo - Creepypasta

Suspiro. Lá se vai outro dia sem que eu consiga escrever nada para o site… sabe, fiquei muito feliz quando consegui escrever nele, me sentia importante, mas acho que a responsabilidade pesa um tanto… vou para longe do pc, antigamente me afastar dele por um tempo fazia esta dificuldade sumir.
Parece que nem isto funciona.
- Ei, Lucas, sai desse computador, você já está aí a um tempo. – Era minha namorada Thalia, ela ficou na minha casa por alguns dias, foram muito bons, mas o bloqueio criativo estava me irritando já fazia um tempo… Eu teria de conseguir algo hoje.



- Já vou amor, só deixa eu terminar aqui. – falei gentilmente para ela, que olhou para a tela onde havia um papel em branco. Ela era uma pessoa compreensível, então me deixou sozinho e foi para a sala. Já eram umas 3 horas da madrugada, o que me deixava no clima para escrever sobre terror, afinal, as 3 horas sempre acontecem coisas estranhas nas histórias.
Mas parece que nem isso deu para que eu me inspirasse. Já são 3:47 e o papel ainda está em branco… Desço as escadas e vou para a sala onde minha namorada está dormindo no sofá. Olho para a TV que está com ruído branco (o famoso chiado), isto me causa calafrios.
Pego Thalia nos braços e levo-a até o quarto. Esfrego os olhos, maldita insônia! Eu não consigo escrever e nem dormir! Tento novamente escrever, e, nada! Nem sequer uma palavra!
Vejo algo de baixo de minha cama, uma sombra? Não, eu devo estar ficando realmente com sono! Ou aquilo se mexeu? Não, foi só impressão minha… Me levanto da cadeira e vou até a cozinha para beber água, enquanto passo pela sala fico olhando diretamente para a televisão enquanto ela está com ruído branco…. Aquele som… era relaxante, e ao mesmo tempo perturbador. Deito-me no sofá sem beber água nem nada, somente ao som daquele ruído… como era bom… até que eu escuto algo estranho… um sussurro? Não, não pode ser.
Escuto novamente e me levanto do sofá, mas o que é isso!? Logo me lembro de lendas sobre o que acontece com pessoas que escutam este ruído, que elas conseguem ouvir pessoas “do além”. Junto lembro-me também das lendas que ouvira sobre a casa antes deu comprá-la… de um fantasma ou demônio que assombrava o local, de que as pessoas que moraram lá morreram…
Não, talvez tenha sido só imaginação minha isto tudo, afinal nada comprova que não fora só minha imaginação, não seria a primeira vez que isso aconteceria. Fui para a cozinha e estava bebendo um copo de água quando ouço a voz de Thalia gritando.
- SOCORRO!! LUCAS!! – logo eu deixo cair o copo que se quebra em pedaços pelo chão.
Saio correndo pelas escadas e entro às pressas no quarto. Thalia não está na cama. Ouço um som de gritos abafados e procuro de onde está vindo.  Olho para de baixo de cama e vejo uma mão sendo agarrada por um tipo de… sombra. Fico espantado com isto e meu coração parece parar de bater por um segundo, e aquele segundo durar para sempre…
Escrevo histórias de terror, e agora estou em uma. O braço é agarrado por mais sombras e arrastado para de baixo da cama. Finalmente o meu coração volta a bater e o tempo a rodar. Afinal o que foi aquilo? Nunca vira nada igual no mundo real, somente em histórias de terror ou em histórias sobre o “bicho papão” que escutamos quando criança.
Rapidamente pego a minha cama e a arrasto para o lado deixando aparecer uma portinha onde seria em baixo da cama. “Mas ein? Isso é impossível, não estava aí antes, sem falar que não faz sentido, estamos no segundo andar, esta porta me faria cair na sala!”. Penso indignado e confuso… Isto está mesmo acontecendo? Ou será simplesmente um sonho?
Talvez eu tenha pegado no sono quando estava ouvindo o ruído branco… Faço de tudo para tentar “acordar”, todas aquelas técnicas para se tentar sair de um pesadelo… Nada funciona, aquilo estava realmente acontecendo. Me coloco de joelhos perto da portinha por onde aquela sombra levou minha namorada… Agora era tudo ou nada. Abro a porta e me deparo com uma grande escada que levava para baixo de não sei aonde. Uma luz vermelha emanava do lugar, de todas as partes.
Vou para as escadas, o cheiro de sangue impregnava em todo o lugar, junto com aquela luz… Sabe, nosso cérebro não vê somente uma cor, junto dela vemos toda uma bagagem, o vermelho por exemplo é associado pelo nosso cérebro ao sangue, guerra, morte…
As escadas me levam até um tipo de corredor estreito de pedras negras e úmidas. A cada passo existia uma poça, fosse de água ou sangue.
Enquanto ando mais alguns passos naquele lugar avisto um esqueleto pelo chão, pego o osso mais pontiagudo que encontro nele e penso em usar de arma contra… seja lá o que aquela sombra for.
Ando mais alguns passos até que. Dor de cabeça, algo me acertou. Caio de joelhos em cima de uma poça que parecia ser de sangue… Olho para trás, era aquela sombra… Ela tinha uma forma quase humana, mas parecia muito maior que um humano comum. Me levanto e me preparo para golpear o demônio.
Ele me dá um golpe tão rápido que não tive tempo nem de raciocinar, fui jogado para longe por causa disto. Caio na outra ponta do corredor, onde… não! Não! Thalia!
Ela estava pendurada pelos pulsos e com a sua garganta estava cortada, o sangue já seco manchava a roupa branca que ela estava usando… Ali meu mundo acabou… Não tive mais forças para nada. A sombra chega para perto de mim, eu não conseguia ver o seu rosto, mas sabia que ele estava com ar zombeteiro, como se fosse um tipo de brincadeira doentia para ele.
Ele me pega pelos braços e vai me arrastando por dentro do corredor… Que terrível. Afinal que criatura é ele? Um demônio? Um fantasma? Um shadow people? Não, isto não importa, o que importa agora é que ele irá me matar…
Algo dentro de mim desperta novamente, eu não queria morrer! Consigo me soltar das garras do demônio e, como estávamos perto das escadas, saio correndo e volto para o meu quarto, com ele logo atrás de mim. Consigo sair do quarto. Olho para trás, a sombra cresceu, agora conseguia ocupar o quarto inteiro.
Desço as escadas com a sombra sempre atrás de mim sempre aumentando. Tento me dirigir para a porta da frente, ele fica na frente dela me impedindo de passar. Agora me dirijo para a cozinha, lá tem a porta dos fundos onde posso sair de casa, quem sabe eu não me salve deste pesadelo?
Lembro me dos boatos que falavam sobre esta casa novamente, de um ser como sombra visto de longe… nunca me importei sobre essas histórias… quem sabe se eu tivesse eu não estaria aqui.
Estou correndo em direção a porta dos fundos. Sinto até a esperança de me libertar daquilo tudo. Sinto algo estranho no pé. Dor. Algo quente. A dor fica mais aguda e me faz cair no chão pelo susto. Droga! O copo quebrado!
A sombra fica na frente da porta dos fundos, agora ela está me envolvendo mais e mais… É meu fim.
Ele toma a forma humanoide que eu vira antes. Com o mesmo ar zombeteiro. E como uma sanguessuga coloca o braço diretamente no meu tórax.
Sangue. Algo quente escorre do meu peito. Mesmo com isto estando quente, eu estou frio, gelado. O mundo está escurecendo. É assim que é a morte? Uma calmaria inunda meu corpo. Sim, é a morte.
….
Lucas suspira. Finalmente conseguiu algo para escrever. De noite ele conseguiu escrever algo enquanto escutava o ruído branco.
- Ei, Lucas, vamos logo, vamos nos atrasar para o cinema! – Era Thalia que já estava arrumada para sair.
Lucas também, só estava dando os últimos ajustes na história. Ele manda para o site e se levanta da cadeira. Pega o casaco e vai em direção de Thalia. Ele não percebeu, mas algo se mexeu em baixo de sua cama…

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